Eu tenho uma alma, que não é uma arma apontada para nenhum lugar
Não sou o arame desoxirribonucléico sináptico que dizem que sou
Nem muito menos esse poço de ectoplasma infigurado
Eu sou a caixa de som do meu quarto
E os livros de filosofia que nele estão
Ainda assim sou maior que meu quarto
Sou maior que a metragem,
mais pesado que a minha matéria
Mais úmido que todo o óxido de hidrogênio em mim.
De fato, não sirvo nesta vestidura
Seu arcabouço protéico é um calabouço
Mas ainda assim parece-me mais confortável que qualquer outra coisa.
Sim, se existe algo chamado eu
Isto é tudo o que foi dito e
Tudo o que eu deixei de dizer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário