sábado, 18 de setembro de 2010

Eu tenho uma alma, que não é uma arma apontada para nenhum lugar
Não sou o arame desoxirribonucléico sináptico que dizem que sou
Nem muito menos esse poço de ectoplasma infigurado

Eu sou a caixa de som do meu quarto
E os livros de filosofia que nele estão
Ainda assim sou maior que meu quarto

Sou maior que a metragem,
mais pesado que a minha matéria
Mais úmido que todo o óxido de hidrogênio em mim.

De fato, não sirvo nesta vestidura
Seu arcabouço protéico é um calabouço
Mas ainda assim parece-me mais confortável que qualquer outra coisa.

Sim, se existe algo chamado eu
Isto é tudo o que foi dito e
Tudo o que eu deixei de dizer.

Nenhum comentário: