quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Elegia do homem macaco

O homem macaco faz versos de metal
Sem vogais, apenas com consoantes para tentar rimar
Os dissonantes produzidos pelo som dos terminais bancários
Caça-níqueis dos otários.

O homem macaco escreve com a tinta carmesim
Seu suor transformado em sangue de macaco pelado
O homem macaco não quer admitir que está errado
Por viver de uma forma que o destrói assim

O homem macaco cria máquinas de pressa
Máquinas que diminuem o seu tempo,
Máquinas para o fazer mais ocupado
Para que desse modo o homem macaco não se sinta culpado

De ser apenas mais um macaco pelado construindo sua babel
Tentando dominar o céu
Através de sua apoteose tecnocrática psicodélica
Desafiar o sono que o aguarda

O homem macaco aguarda ansioso
Para escrever em luzes de led
O quanto anda solitário em meio as estrelas ofuscadas
Pelas luzes da cidade dos outros homens-macaco.

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