A vida é uma coisa rara. Seja pelo que for, parece que algumas pessoas, pelo sofrimento, acabam achando a vida rara. Hoje eu acordei e por um momento, corria o risco de estar viva. Corria o risco de estar feliz.
É algo estranho quando a miséria toma conta do seu coração. Sim, ela é uma inquilina extremamente bagunceira, que muda totalmente a decoração do seu "Eu", que eu sempre imagino como uma casa, de modo que quando você olha pra lá, não reconhece mais como as coisas eram.
Ela faz com que ser feliz seja algo tão difícil de se fazer quanto chupar cana assobiando em cima de um monociclo fazendo malabarismo numa corda bamba, assim mesmo sem vírgulas, porque torna tão difícil de se falar quanto se fazer.
É como tentar achar aquela coisa perdida numa casa que não foi você quem arrumou. Algumas vezes você até pensa que achou, mas quando olha é apenas algo muito parecido, deixando aquela sensação muito frustrante que é pertinente a palavra "quase".
Como hoje, onde eu quase me senti feliz, de uma maneira semelhante a alguém que quase teve um infarto. Quase. E um infarto me cairia bem, talvez bem melhor que uma felicidade. Ou na figura da casa do ego, quando você abre um pote da kibon pensando que tem sorvete e encontra feijão.
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